Já pensou se a vida fosse como nos filmes? Em geral, a mocinha, por exemplo, tem o cabelo
sedoso e brilhante, olhos verdes ou azuis, pele aveludada e dentes "perfeitos". O
rosto parece que não passou pela adolescência: sem manchas, sem espinhas. Corpo
malhado, silicone que aumentam a bunda e os seios.
Parece
que para ser a protagonista, a pessoa tem que ser “perfeita” fisicamente.
Aliás, para ser modelo, apresentador de programa, repórter de televisão e todas as
profissões que dão mais visibilidade às pessoas.
A
gente fica rodeada de gente tão bonita que é duro olhar no espelho e
ver a realidade. Como se sentir linda se vejo no reflexo que não sou tão magra
quanto queria e que meu cabelo não é liso que nem
o da moça da TV? Não é fácil suportar a ditadura da beleza. E é aí que começam
os distúrbios que invadem cada vez mais a sociedade: bulimia, anorexia, cirurgias compulsivas, depressão e por aí
vai.
É
difícil seguir o exigente mundo da estética. Para se submeter a muitos procedimentos para melhorar o corpo, por exemplo, tem que ter coragem e tem que ter
dinheiro. Mas as pessoas devem sair desse mundo surreal da perfeição. Porque
ele simplesmente não existe. Sabe a “gostosa” da revista? Tem photoshop. E
aquela atriz da pele linda? Maquiagem. Ninguém é perfeito.
E
por mais que, de fato, existam algumas pessoas realmente lindas, essa beleza
toda não vai durar para sempre. A velhice é cruel para todos, não há cirurgia
no mundo que consiga barrar as consequências do tempo. E digo mais, tem gente
que corta e puxa tanto que perde suas próprias características e ficam até
menos bonitas do que uma velhinha “natural”.
Por
que sofrer e investir tanto para conquistar o ideal de beleza, se ele está
fadado ao fim? Por que não cuidar dos seus valores? Estes sim deixarão um
legado eterno.
Basta se lembrar, por exemplo, do que sua mãe diz sobre as qualidades da sua avó ou do que você
ensinará ao seu filho sobre os valores que recebeu dos seus pais.
A
aparência é apenas uma carcaça que hoje é valorizada mais do que deveria. Só com
o corpo você não consegue manter nenhum relacionamento feliz com alguém. Fica
um vazio, sabe? Agora, com a sua personalidade, você consegue “conquistar” uma
pessoa para o resto da vida. Você constrói laços e vive momentos de felicidade.
Além
do mais, aposto que você já ouviu falar de pelo menos uma pessoa que é tão
“gente boa” que a aparência dela se tornou sem importância, já que, o que chama a atenção
mesmo é a sua personalidade. Ou ainda, talvez conheça alguém que de tão legal
se tornou lindo fisicamente, depois que você o conheceu.
Para
que você quer ser perfeito? A imperfeição é inerente ao ser humano. Inclusive
ela nos diferencia dos outros. A moça gordinha, o rapaz baixinho. Já pensou se
todos alcançassem a beleza ideal? Todos nós seríamos iguais.
Afinal de contas o que é belo? Por que para ser considerado lindo temos que ser como esses modelos de capa de revista? Quem ditou esses padrões? Bom, eu acredito que eles foram formados devido a fatores históricos, sociais e culturais que são modificados ao longo do tempo. No Renascimento, por exemplo, ser gorda era sinal de saúde e de riqueza, inclusive as modelos retratadas nas pinturas estavam bem "cheinhas" para os padrões de hoje.
Cada país e, às vezes, até regiões dentro do mesmo Estado desenvolvem seu próprio pensamento sobre o assunto. Li, outro dia, em uma revista que, em Mauritânia, um país da África Ocidental, estar acima do peso é um sinal de status. Algumas crianças deste Estado são levadas até mesmo para um campo de engorda e chegam a consumir, por exemplo, copos de manteiga. Em países como Índia e Coréia do Sul, quanto mais branco melhor, ao contrário do Brasil, por exemplo, em que muitas mulheres se esforçam para ficarem bronzeadas.
Deste modo, beleza é questão de opinião, seja ela influenciada por fatores históricos, culturais ou inclusive, questão de gosto pessoal mesmo. Talvez, para você, homem bonito tem que ter barba, pode ser gordinho e não tem problema se for careca. Já a sua amiga pode ter uma opinião totalmente contrária.
Portanto,
para que seguir os padrões de beleza, se esse assunto é tão relativo, se depende de tantos fatores... Assim, temos que nos preocupar mesmo é com o que realmente importa. Então, cuide da beleza exterior
sim, se sinta bem, só não valorize a aparência na dimensão que o mundo exige.
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